MOSAICO DO VINI

Muitas vezes um caquinho não tem significado, mas junto com outros pode compor uma bela imagem

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

17 JANEIRO 2012 (Katia, Kita, Laura, Regiane)

Olá família e amigos do Vinícius,

Escrevo um pouco sobre minha experiência com o Vinícius hoje (segunda-feira, 17.01.2012):
Bom, hoje foi meu primeiro dia com o Vinícius. Estava bastante ansiosa, mas fui muito bem recebida por ele, muito carinhoso e muito receptivo. Como a Kita tinha começado a cantar a musiquinha de “toda criança quer...” ele pedia essa para tudo.
Eu cantei várias vezes com ele deitado no colchão. Ele pedia “vinivini” ou operando, e eu cantei com tesoura, com papel, lápis e o que tinha pela frente. Ele pega no rosto, pede para cantar no ouvido. Ele realmente se diverte com esta música. Teve momentos que ele ficou só picotando papel, eu fiquei quieta do lado dele, olhando o que fazia. Em alguns momentos fiz o movimento da tesoura, próximo a dele, e ele sorria. Quando não, começava a cantar e ele voltava a rir e a olhar para mim.
Ele andava, eu andava com ele, ia para rede, ficava se olhando, olhando para mim. Eu cantei para ele, mas percebi que devo ter sido um pouco invasiva em algum momento, pois ele ficou mais quieto, voltei para o colchão e cantei a musica do sapo que não lava o pé (foi a primeira que veio na mente, não tenho ainda muitas musicas de cabeça) desenhando no papel. Foi quando ele voltou a interagir e sorrir com a musiquinha.
Ele foi para o sabonete e enfiou o pente nele, para poder tampar os buraquinhos com o dedo, percebi que isso fazia um barulhinho e que ele gostava. Fez com a escova e depois pegou uma tesourinha, falei que era perigoso que ele podia se machucar e peguei a azul, foi quando começou a cortar o sabonete. Fiquei próximo a ele, mais ele ficou bem focado no sabonete. Em alguns momentos passei os pedacinhos de sabonete no bracinho dele, ele olhava para o que eu fazia e sorria.
Ah, levei uns beliscões de leve em alguns momentos, enquanto cantava (devia estar bem desafinado, brincadeira). Lá pelo final do tempo ele começou a pedir bolachas. Como não sabia se era isso mesmo, perguntei para ele e percebi que ele começou a ficar um pouco chateado por isso, foi ficando bem introspectivo. Ele também ficava fazendo todos os sons do operando. Tentei cantar, fazer desenhos para que ele voltasse a interagir, “ler” os desenhos que já estavam feitos, ele vinha, interagia, mas em momentos bem rápidos. Ficou pedindo bolachas até a hora que bati na porta, chamando alguém.

Foi isso.

Minhas impressões: Realmente muito bonito ver toda a evolução do Vinícius que acompanhei pelo site. Ver como ele te olha e espera tua resposta, como interage, enfim. Teve momentos que eu queria muito responder ao que ele pedia, mas não o conheço ainda tão bem, e sei que com certeza deixei passar boas oportunidades. Mas me coloco a disposição para ouvir vocês, no que errei, no que preciso melhorar, o que posso fazer para deixar esse momento mais rico para o Vinícius. 

Obrigada Kita, Jamille e Caroline pela receptividade!
Fico muito contente de ver como o Vinícius tem uma família e amigos super dispostos a vê-lo crescer!
Abraços a todos,
Kátia


Oi Kátia
gostei muito do seu relato, com bastante detalhe. Essas informações são muito importantes para que todos entendam o que está sendo trabalhado com o Vini.
Também gostei da sua relação com o Adriano e para contar um pouquinho como foi, a Kátia chegou e o Adriano queria brincar com ela. Kátia deu atenção pro Adri e explicou que depois da sessão do Vini ela iria brincar com ele e foi isso que aconteceu. Essa atenção tem sido muito importante e faz com que ele se sinta parte deste cotidiano.
O isolamento é uma das partes mais importantes do processo de confiança entre a criança autista e a pessoa que está com ele. É o momento em que ele precisa obter controle. No inicio parece que estamos perdendo tempo se juntando a ele, mas depois vemos o quanto isso aumenta a qualidade da interação depois que ele sai do isolamento.
A música é outra forma maravilhosa de comunicação, ele solicita uma música e voce pode criar letras com a mesma melodia, ele adora e aprendeu a falar várias palavras desta forma.
Se alguém quiser fazer algum comentário para ajudar a Kátia com dicas seria ótimo
abraços
Kita


Oi, Katia!!! 
Lendo o seu depoimento, fiquei pensando no quanto é importante escrever nossas experiencias com o Vini! É uma troca necessária!
Estou, relativamente, há pouco tempo com o Vini, mas já aprendi tanta coisa...uma delas é respeitar o tempo dele!  O mundo do Vini é maravilhoso, e nesse mundo não existe certo, nem errado. E, no tempo dele, e com o passar do tempo, a gente vai aprendendo a conhecer o Vini, as dicas que ele nos dá, e é ai que conseguimos aproveitar todas as oportunidades para uma interação agradável e rica de estímulos. 
No inicio, eu também achei que fui muito invasiva, fiquei confusa, com medo de tê-lo incomodado demais. Mas todo inicio de relacionamento é assim mesmo. É o desconhecido. Mas com o tempo, construimos um vinculo importante. Uma relação de confiança e carinho. =)
Tenho certeza que com você, não será diferente.
Bom trabalho, Katia!! =)
Bjss,
Laura


Oi Katia e demais,
Eu concordo com o que todos disseram. É muito importante nos comunicarmos sobre o Vini. A evolução que ele fez desde que o programa começou é realmente incrível e esse danadinho vive nos surpreendendo.
Além disso, eu fico muito feliz que novos voluntários estejam ingressando, porque são novas possibilidades de criatividade. Pelo menos eu sinto (sou da primeira turma de voluntários) que às vezes é dificil acompanhar o Vini, não sei se pelo tempo que eu já convivo com ele e ele já enjoou das minhas brincadeiras, hhhehe. Ou, pelo que já conversamos sobre isso em reuniões, tem horas que a criatividade falta para dar continuidade a interação ou estabelecer uma.
Por isso, como a Kita já vem falando há algum tempo seria muito bom fazer uma reunião, até para conhecermos os novos voluntários. Em fevereiro seria uma boa (estou em viagem, mas volto dia 01/02).
Abraços a todos,
Regiane

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