Fazem quatro meses que começamos o programa. Depois de um período apresentando um certo tédio e irritação no quarto, resolvemos fazer uma série de mudanças, colocamos um espelho 1,70 x1,70 m, colocamos todos os brinquedos sobre a estante e agora estamos filmando. Quando ele tem interesse por algo na estante ele solicita. Ele esta fazendo uma hora de teclado com um professor de música. No sábado ele faz uma hora de fono (que aplica o método Son-Rise). No dia 21 de maio conseguimos uma consulta com a Dra. Fátima Dourado, especialista em autismo e diretora da Casa da Esperança em Fortaleza. Finalmente tivemos o diagnóstico do Vinícius, que deu um laudo com o seguinte diagnóstico: autismo clássico, sem sinais de retardo mental e outras síndromes associadas. Segundo a médica Vinícius não apresenta deficiência cognitiva e poderá se desenvolver bem, desde que possamos investir muito em fonoaudióloga e ter algumas sessões de terapia ocupacional que utilize integração sensorial. Neste momento temos um novo desafio, encontrar profissionais que queiram trabalhar com Vinícius em casa. A Fátima pensa que se o que estamos fazendo está trazendo resultados devemos investir nisto, mas sempre associado com profissionais capacitados.
Mudanças observadas: aumento de atenção compartilhada, Regiane fez um jogo com ele, onde durante uma hora ele prestou atenção e brincou efetivamente com ela. Aumentou o contato visual, no momento olha pra gente e solicita o que quer. Começou a aprender a escrever letras e já reconhece muitas palavras. Em uma sessão ele me deu um livrinho, me olhou nos olhos e disse “lê”. Ele prestou muito atenção na minha leitura, eu fui bem teatral. Esses dias ele falou “papai, cair juntos” e os dois se atiram juntos na piscina. Como estou viajando, o Alexandre ficou com toda a responsabilidade de levá-lo na escola. Esses dias ele foi pegar o Vinícius e ele estava no pátio brincando com outras crianças. Quando estava brincando no celular o Adriano se aproximou e tirou dele, ele prontamente deu um empurrão no Adri e arrancou o celular dele (acredite isso é um ponto muito positivo).
O que não mudou: dificuldades para fazer o cocô, e não aceita fazer no banheiro, mas deixa que a gente limpe com chuveirinho no vaso. Compulsão por comida, abre e fecha a geladeira: colocamos disponíveis muitas frutas. Continua comendo pasta de dentes, e é hiperativo, sobe nos armários para pegar comida, doces. Tem dias que ele está mais calmo e obediente, isso nunca acontecia. Começou a beliscar a gente quando contrariado, fazemos cara de paisagem e logo ele para.
Kita
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