MOSAICO DO VINI

Muitas vezes um caquinho não tem significado, mas junto com outros pode compor uma bela imagem

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

FACILITADORA SON-RISE (1.6)

Oi Pessoal,
segue as minhas anotações do primeiro dia do nosso encontro com a facilitadora Juliana...
beijos a todos,
Cris
08 de setembro de 2010

Workshop Son Rise
Facilitadora: Juliana

Primeiro dia
- Dentro do quarto devemos ser completamente flexíveis, apenas em algumas situações devemos impor limites, que são aquelas que colocam em risco o Vinícius e nós, ou que vão prejudicar os trabalhos com ele. Estas situações devem ser definidas e repassadas para que todos os voluntários tenham a mesma postura diante daquela situação (ex: subir na pia...).
Como agir para dar o limite: não expressar nenhuma reação, nem boa nem ruim, fazer cara de paisagem e tranquilamente solicitar que ele não faça aquilo, pois vai machucá-lo ou vai prejudicar alguma coisa...

- Fora estas situações, dentro do quarto devemos ser totalmente RESPONSIVOS, nunca diretivos!

O que é ser responsivo:
- É muito mais do que ser legal com ele, é ser completamente flexível, deixá-lo fazer o que ele quer fazer. O autista é inflexível e controlador, ele se sente bem quando controla a situação. Para que ele se torne mais flexível, nós temos que ser flexíveis com ele. Se dentro do quarto ele tem o controle de tudo, desta forma, fora do quarto ele aceitará melhor a nossa inflexibilidade.

- Não permitir que ele nos agrida, nesta situação pode haver a contenção do movimento sem segurá-lo, de forma tranquila, ofereça outra coisa pra ele bater ou apertar. A agressão pode ser 3 coisas:
            -Excesso de energia no momento: neste caso, oferecer alternativas para liberar a energia (objetos para apertar, brincadeiras mais calmas...)
            - Falta de comunicação (agente não entende o que ele quer): Tentar perceber qual o sinal que ele deu antes da agressão. Tentar compreender a situação sem expressar muita reação e explicar como ele deve fazer:  Ex:. Ah! Você não quer fazer isto? Então somente diga não! Não é preciso me bater, diga não... (e balance a cabeça dizendo não)
            - “Apertar botão”: Esta expressão é utilizada para explicar a situação em que ele faz alguma coisa esperando sua reação, por exemplo, te beliscar... Neste momento ele está nos testando (testando o controle dele sobre nós). Neste caso, fazer cara de paisagem sem expressar reação nenhuma, explique que ele pode chamar sua atenção sem lhe agredir apenas te tocando ou de outra forma que não seja agressão, mesmo que não seja forte, pois no futuro ele terá mais força e poderá machucar...

O  “Apertar botão”, também pode acontecer sem agressão... aí sim você pode expressar uma reação positiva... lembrem que chorar e falar grosso é a mesma coisa que rir e gargalhar pra ele. Então de preferência para reações positivas, pois foi dado o exemplo de que ele ri quando o Adriano chora, pois pra ele é legal! (isto não é um comportamento socialmente aceitável)

- Ser RESPONSIVO também é ser previsível, dizer pra ele o que você vai fazer, explicar e pedir autorização. Ex: limpar o nariz dele, dizer que vai limpar e pedir autorização para limpar antes de limpar sem falar nada e com movimentos bruscos e invasivos (pra ele é invasivo!)

- Ser RESPONSIVO é ser legal, ser muito flexível e sem esperar as reações dele, sem solicitar a reação dele, é como se dentro do quarto ele fosse MUUUITO importante e nós somos muito gratos de servi-lo! É uma dádiva quando ele nos dá atenção, e só vamos fazer o que ele quer.

Você será RESPONSIVO:
- Dando explicações em linguagem bem objetiva, clara, pausado, e de forma normal, pois o Vinícius entende tudo!
- Deixando que ele tenha total controle dentro do quarto;
- Tentando entender a situação no momento e entender qual o objetivo;
- Evitar manuseá-lo, tocá-lo, a não ser que seja previsível ou que ele solicite...
- Celebrar tudo que ele faz de legal!
- Não expressar reação para o que ele faz que não seja legal... (ou socialmente aceitável)
- Oferecer ação motivadora sem esperar nada em troca;
-Ter relação de amigo com o Vinícius e não de professor, nós não temos que ensinar nada pra ele e sim relacionar com ele. O autismo não tem nada haver com falta de inteligência e sim falta de interação. O aprendizado do Vinícius vai ser consequência da socialização dele.     

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